sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

SER ESCRITOR INDEPENDENTE

Ser escritor hoje em dia é muito difícil. Não posso falar a respeito do que acontece fora do Brasil porque realmente não sei como e de que forma tudo acontece, mas aqui eu entendo perfeitamente das dificuldades. Ser escritor independente fica ainda mais difícil. Muitos dizem ser compensador e até porque o retorno financeiro acaba não sendo dividido; mas se olharmos para outro lado a coisa não é bem assim.

Me chamo Guilherme Jaber, escritor desde 1999 mas escrevo desde pequeno. Tenho 26 livros sendo que muitos deles ainda estão por finalizar. Confesso estar sem motivação para tal missão. Recentemente como escritor independente, eu lancei um livro intitulado “Retorno ao Passado” e que me tem trago bons resultados.

O engraçado é que quem está de fora e não acompanha o difícil trabalho de ser escritor independente, acham que nadamos em dinheiro, por acreditarem que o lucro vem em 100%, ledo engano. Ser independente não me exime de ter responsabilidades e gastos, muitos gastos. Se eu vendo bem certamente é porque por trás, nos bastidores, ralei e ainda ralo muito para que o resultado venha de certa forma positivo, mas nem sempre, mesmo com muita ralação o resultado vem como realmente desejo.

Quando escrevi Retorno ao Passado, escrevi para o povo de Patrocínio, minha terra natal. Como um bom mineiro e morando no Rio de Janeiro, não podia jamais negar minhas origens. Desde os meus doze anos moro na capital carioca, mas sempre com um pesinho em Minas.

Papai faleceu em 1983 e em função disso em 1987 tive que abandonar tudo e cuidar de uma papelada relacionada a inventário. Mamãe bem que tentou, mas não conseguiu. Tive que ser emancipado para tal compromisso. Ficava indo e vindo. Mas em 1990 eu decidi ficar por lá para resolver tudo, pois estava muito confusa a documentação.

Foi nesse período que em minha cabeça começou a brotar meus personagens, de forma que então ainda em rascunhos comecei a escrever. Meu ponto chave era uma história de um colega de sala de aula que estudou comigo na escola Mariana Tavares de nome “Moisés Ferreira”, mas que no meu livro ganhou o nome de “Moisés Borges de Aquino”. Em nossa época, tínhamos sonhos de mudanças, pois vivíamos em muita pobreza. Enfim, meu fio condutor partiu daí.

Posso dizer que em parâmetros gerais, escrever foi mais fácil do que a missão de vender. Essa por incrível que possa parecer é a parte mais difícil. Quando se fala em escritor independente, varias pessoas tem uma visão distorcida, da real situação que nós rodeia. Não é fácil ser um autor literário no Brasil. Sé para muitas editoras a coisa já é complicada, imagina para quem ainda não tem um nome reconhecido ou sua obra. A missão de quem é independente é provar ao leitor que sua obra sim merece uma apreciação, o fato de ser desconhecido não desmerece a obra em si.

Muitos por aí escrevem porcaria e acham que escreveram um best-seller. Mas muitos outros certamente escrevem boas histórias e nem sequer tem seu material justamente avaliado. Eu posso me dar ao luxo de dizer que meu livro “Retorno ao Passado” é um bom livro. Com mais de 800 exemplares vendidos em todo Brasil, sendo um autor independente e ainda pouco conhecido, posso dizer que sou vitorioso.

O caminho não é fácil, mas não é impossível. O negócio é arregaçar as mangas e seguir em frente, sem olhar a quem, ou dar ouvidos aqueles que deturpam uma obra que tenha qualidade.

Eu trilho esse caminho, pois acredito que um dia meus trabalhos literários serão reconhecidos, e que de certa forma vieram a acrescentar nessa biblioteca literária da vida onde cada um puxa o conteúdo que deseja para tornar seu dia, seu conhecimento, ou enriquecimento cultural um pouco melhor que o dia de ontem.




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